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segunda-feira, 19 de abril de 2010

Suspensão Traseira.... (apaga e faz de novo)


Ah! a suspensão traseira... finalmente o projeto chega para mexer nela. De longe a maior alteração do carro, a mais dispendiosa, e com maior potencial (e claro, com maior chance de dar pau). vamos ao problema: O Opala sai de traseira. Ué, mas isso todo mundo sabe... exceto o meu que saia de frente (por um problema de alinhamento). Então como queria aumentar a potencia do carro, um desequilíbrio de comportamento não é tolerável.

Como bom engenheiro (essa é boa!), deveria descobrir o problema da saída de traseira para corrigi-lo (não vou colocar saco de cimento no carro, isso é gambiarra, além de deixar ele mais lento e beberrão). Comecei a pesquisa pelo carro que deu origem ao Opala, o Opel Rekord, minha surpresa é que não achei reclamações sobre defeitos desse tipo em relação ao carro, pelo contrario, foi citado como carro de bom equilíbrio. Talvez o motor menor, tenha efeito, que eu discordo, pois o 1.9 entregava 106cv (mais que os 90 do nosso 2.5), e o 2.5, 6 cilindros que entregava 125cv.

A solução apareceu quando vi um esquema da suspensão traseira do Rekord, e comparei com o do Opala. Percebi que o carro teve de ter sua suspensão elevada para rodar no Brasil, e isso faz com que os braços da suspensão fiquem angulados, e quando em situação de inclinação da carroceria em uma curva, os ângulos desses braços fazem o eixo traseiro todo esterçar. Esse esterço é comum e previsível no projeto (mas o projeto foi feito na Alemanha né......), mas os ângulos da suspensão variam quando se altera a altura do carro, e o eixo do Rekord teve esse efeito anulado (não esterça para lado nenhum). Mas no Opala, esse ângulo dos braços faz com que o eixo esterce para o lado oposto ao lado que a dianteira fez, isso gera um momento de giro no carro, induzindo a traseira a fazer uma trajetória mais aberta “puxando” ela para fora. A Porsche teve problema semelhante, e reprojetou todo o sistema de suspensão dos 911.

A foto mostra o problema e solução do problema da Porsche. Junto da Porsche várias outras montadoras projetaram carros com geometria traseira esterçante (sempre no sentido de esterçar as rodas para o mesmo lado das dianteiras), como a Honda nos Civics EG, ou a Mitsubishi, nos Eclipse, ou a Nissan no Skyline (só q nesse ultimo é um sistema eletrônico que não vem ao caso). Em todos eles uma característica é que o sistema se baseia numa suspensão independente, coisa que o Opala não tem na traseira, e tomaria um esforço muito grande colocar um sistema desses. É possível adaptar todo o subchassi do Omega que tem suspensão independente e comportamento MUITO superior (na minha opinião, a melhor carro que já foi produzida nesse paiseco), mas isso descaracterizaria a ideia de ter um Opala. Se fosse assim, coloco tudo de Ferrari em baixo (como se eu pudesse...) e tenho desempenho de Ferrari. Mas se é pra ser assim, mais fácil ter uma Ferrari, além de não ter mérito nenhum.

Então, tomei o caminho mais complicado, e o mais gratificante (na minha opinião.... mas é só ela que conta no fim mesmo....). Decidi projetar um sistema de suspensão de eixo rígido do ZERO! Assim, posso projetar cada ângulo das barras e das rodas e conseguir o efeito que eu quiser. A suspensão foi pensada para atingir 3 objetivos principais: esterçar as rodas traseiras para o mesmo lado das dianteiras, conseguir menos efeito de mergulho da suspensão em frenagens (outro problema gerado por erguer o carro na maldita tropicalização, mas esse a explicação fica para depois), e abaixar o centro de rolagem da suspensão para ficar na mesma altura do centro de rolagem da suspensão dianteira.