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quarta-feira, 17 de junho de 2009

Suspensão: onde começam as contas...


Dando seqüência ao projeto, vamos à suspensão dianteira do Opala. Como todo entusiasta de carros esporte e de corrida sabe, a suspensão original do Opala é do melhor tipo possível: o duplo A (ou duplo triangulo, como quiser) ela permite excelente controle dos ângulos formados pelas rodas, e forma um conjunto compacto e de centro de gravidade baixo (não é a toa que quase todos os carros de alto desempenho usam esse sistema: todas as Ferraris, Ford GT, F1, etc...). Não que outras suspensões não tenham capacidade de ser tão boas quanto, mas isso é outro assunto.
Então se o Opala não esta fazendo curvas bem, é só uma questão de acertar a suspensão para ela trabalhar de maneira adequada. Eu poderia escrever muito sobre tudo o que foi feito e analisado sobre a suspensão do carro, mas basicamente foi alterado o ângulo de cáster para 6°. Com isso o não é necessário usar grandes ângulos de cambagem para compensar a rolagem do chassi, o que vai contribuir para uma vida mais longa do conjunto de pneus.
Como setup inicial o conjunto dianteiro ficara da seguinte maneira:
Cambagem: 0°
Cáster: 6°
Convergência: 0°
Em outra postagem coloco os cálculos e os ângulos de trabalho da suspensão dianteira.


A caixa de direção.

O projeto inclui também a alteração do sistema de direção. Com certeza essa é a alteração mais delicada e que vai exigir maior numero de alterações no carro. Ainda não sei se vai valer todo o esforço, mas em teoria vai melhorar e muito a precisão do sistema de direção e promover um melhor feedback da direção (além de fazer o sistema se auto alinhar ao contornar uma esquina). Isso tudo retirando o sistema de caixa de direção setor e rosca sem fim, por uma do tipo pinhão e cremalheira. O sistema de setor e rosca sem fim tem a vantagem no caso do Opala de ser mais simples de ser instalado, porque só precisa que uma barra atravesse o carro de um lado a outro, o que é importante em um carro de motor longitudinal. O problema é que para isso o sistema precisa de 6 terminais e 2 eixos um da caixa e outro do braço pitman, gerando (fora as engrenagens) 8 fontes de folgas e que consomem força. Outra característica é quanto as engrenagens, a rosca sem fim, ligada a coluna de direção e ao volante, só é capaz de transmitir força ao setor, sendo o inverso muito difícil, o que leva a um sistema com pouco ou nenhum feedback da direção.
Essa troca de caixas de direção vai custar uma série de alterações no carro:
1º: A própria instalação da nova caixa no carro (embaixo do motor, dividindo espaço com o cárter, onde originalmente passa uma das barras do sistema de direção)
2°: Alteração do cárter para dar lugar a caixa.3º: Refuração da manga de eixo para adequar a geometria de esterçamento da nova caixa (não achei uma caixa que pudesse ser fixada nos ponto original mantendo uma boa geometria de trabalho).

sábado, 2 de maio de 2009

Freios Dianteiros



A solução na dianteira (a traseira nem começou ainda) veio com o uso do sistema de freios do Omega (apenas das versões 3.0 e 4.1) que é constituido de uma pinça comum, mas de discos de 296mm de diametro e 28mm de espessura (só para efeito de comparação um 350Z utiliza freios de mesmo diametro na dianteira, porém mais estreitos o que me da uma vantagem em refrigeração).


A desvantagem do sistema fica por conta do peso não suspenso que aumentou por causa dos novos componentes, espero resolver parte do problema istalando pinças de aluminio no futuro (beeem futuro). Mas como quero participar de eventos como track-day entre outros, quero ter um freio livre de superaquecimento (ou pelo menos que ele demore a acontecer).


Essa adaptação foi feita usinando o cubo original do Opala e fazendo uma face na parte interna, e abrindo 5 furos com a furação original do Omega. O disco de freio tem o furo central alargado para ser montado por dentro do cubo (exatamente como era feito nos Opalas com disco de freio sólido na dianteira).
Como da pra ver, a pinça do Omega teve que ser instalada do lado contrario do original através de uma chapa soldada na manga e gabaritada para tudo ficar alinhado e funcionar perfeitamente.
O melhor de tudo desse conjunto é que apesar de todo o tamanho, ele ainda cabe dentro de rodas aro 15, cujos pneus não são tão caros.

Modificações

Depois de andar com o carro por um tempo, algumas coisas começaram a me irritar no carro. Não eram defeitos propriamente, mas a suspensão excessivamente macia, e a imprecisão da direção incomodavam nas viagens, tentei usar amortecedores pressurizados, mandei recondicionar a caixa (que realmente voltou sem folgas), mas nada fazia o carro ficar "na mão". Outro ponto que me incomodava era o carburador: ou voçê era super progressivo na aceleração ou tinha que esperar uma "engasgada" ate que o motor acordasse e saisse queimando pneu. Como sou "novo" (mais de 23 e menos de 25 anos) não conheço como é o comportamento que esse carro tem quando zero quilmetro pra saber se o problema esta no meu carro, se é do projeto dele, ou se eu que sou chato mesmo.


De qualquer forma, o fato é que eu conhecia o comportamento de carros atuais como Palios, 206, Marea, Eclipse, Omega, Civic, e outros; e sabia que o meu devia em estabilidade para todos eles. Fora o fato de que em todos eles é possivel pisar no acelerador, e o carro não reclama!


O defeito na aceleração eu assumo que era uma questão de acertar melhor o carburador, apesar de vários mecanicos e eu termos tentado várias vezes, mas como não costumo seguir o caminho de todo mundo e comprar outro carburador, ou mesmo comprar uma dessas injeções eletronicas programáveis, resolvi desenvolver e projetar uma injeção eletronica do zero! Projeto esse que me rendeu meu emprego, mas isso é outro assunto. E pra quem não acredita, ela ja funciona, porém, não no motor do Opala, mas agora é só uma questão de tempo (além de ter que conseguir um cabeçote do Omega 4.1).


Provando de vez que não sigo o caminho da maioria, as modificações no carro começaram pelo caminho oposto do que é normal: pelos freios. Como a ideia é fazer um carro esportivo que faça tudo bem (acelere, freie, curve) sem abrir mão do conforto (eu disse esportivo, não carro de corridas), não vou partir para freios gigantes Brembo ou Wilwood, decidi fazer uma adaptação com peças ja existentes em outros carros de linha aqui no Brasil o que barateou e muito a adaptação, e na questão da performance, nada que uma boa pesquisa não resolva.

O começo (2ª parte)

Com o carro do jeito que havia sido comprado não era possivel continuar, então tinhamos que retificar o motor ou arrumar um motor em melhores condições. Então o começo das modificações começou: Porque não instalar um motor de 6 cilindros e 4.1litros? Eu só teria que comprar um novo motor de 6 cilindros em bom estado, um novo câmbio, novo quadro de suspensão dianteira, um novo cardã e um novo diferencial! simples! ainda mais com pouco dinheiro. Pois eu consegui, gastei dinheiro apenas no motor que foi comprado ja retificado, o resto eu consegui vendendo minhas peças que não precisaria mais, como o motor antigo, cambio, cardã e diferencial.
Pronto! eu consegui! era o feliz proprietario de um Opala de 6 cilindros! e ja havia feito as primeiras modificações no carro, reposicionando a bateria mais para trás para melhorar a distribuição de peso (tudo tem começo né) e o sistema de refrigeração que passou a ser do tipo selado, com reservatorio montado na parede corta-fogo (infelizmente não tenho fotos para postar dessa época, vou ver se consigo).

O começo

18 anos, meu pai me deu um carro pra eu ter como me deslocar, como não tinhamos tanto dinheiro assim, o carro deveria ser barato, e eu como gosto de carros mais esportivos e drift (não os que se vê normalmente em competições com mais fumaça do que carro, vejam algum video de Keiichi Tsuchiya e saberão o que é um drift bem feito), o carro tinha que ser de tração traseira. Como as opções aqui no brasil pra esse tipo de configuração são bastante limitadas acabamos comprando um Opala.
Analisando tecnicamente não foi a opção mais brilhante, mesmo porque aqui tinhamos a opção do Omega (muito superior tecnicamente mas muito mais caro também). Como eu e meu pai eramos inexperientes em comprar carros mais velhos, acabamos comprando um carro cheio de problemas, alguns sendo detectados cedo, e outros, mais tarde.
O primeiro e mais evidente problema, era o motor. O carro veio originalmente com um motor de 4 cilindros, 2.5litros e em péssimo estado, chegando a gastar quase 1 litro de oleo a cada tanque de alcool colocado!