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quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Acelerando o TREM

Seguindo os posts sobre dinâmica veicular, vou continuar postando aqui como esse negócio funciona (de maneira bem básica).
Sem mais enrolação, vamos ao que interessa:
Quando um carro acelera, freia ou faz curva, o efeito da massa atua alterando momentaneamente as forças que atuam nas rodas, isso foi explicado no post sobre o CG. Como comentei antes, a massa do carro apenas reage à força que os pneus fizeram para acelera-lo (aceleração longitudinal e/ou lateral). Mas a questão nesse post é analisar de que maneira essas forças atuam sobre o chassi.
Como a roda não é presa de maneira rígida ao chassi (então não estamos falando de um kart) a força que as rodas fazem para mover o carro devem percorrer a suspensão para chegar ao chassi e faze-lo ir para onde se quer.
Então para descobrir como o carro vai atuar ao sofrer uma aceleração basta analisar a geometria da suspensão do carro. O grande lance está em analisar o ponto de reação da suspensão, que pode ser tanto um ponto imaginário (caso de suspensões do tipo multilink, ou um four-link) ou um ponto real mesmo (caso dos tipos swing axle ou trailing arm), basta observar o esquema na imagem.
Então para saber o que acontece com o chassi, basta ter em mente que a força do motor será descarregada no chassi através desse ponto. Há também que se levar em conta que a força não age na horizontal, ou seja, ela não “empurra” simplesmente o carro para frente, a força vem das rodas que estão em contato com o chão.
Aqui vale uma nota: quando o torque das rodas é gerado dentro da suspensão (caso dos freios outboard que são a maioria esmagadora, ou do eixo vivo (traseira do opala)) a força que vem das rodas para o chassi, fica no sentido do ponto de contato da roda com o chão, em direção ao ponto de reação da suspensão.
Já no caso onde o torque é gerado fora da suspensão (caso dos freios inboard, e no caso da tração, todos os casos onde o diferencial é preso no chassi), a força vai do centro da roda em direção ao ponto de reação da suspensão.
Quem esta lendo já deve ter percebido que o vetor da força raramente esta na horizontal, o que implica que parte da força esta realmente empurrando o carro para frente (horizontal) e outra, esta atuando na vertical.
Essa resultante vertical afeta a maneira como o chassi vai se comportar durante a aceleração (frenagem também). Dependendo da quantidade de força vertical aplicada, o carro pode tanto comprimir, estender, ou manter imóvel a suspensão de tração.
Vale lembrar que essas considerações só funcionam no eixo de tração. Então, pra um carro de tração traseira, a dianteira vai SEMPRE erguer, e no caso de um tração dianteira, a traseira vai SEMPRE abaixar. Isso por causa da transferência de carga.
Com isso é possível ajustar a suspensão do carro a fim de obter a melhor tração. Isso mostra de novo a importância de se saber a posição do centro de gravidade (centro de massas) do carro, ja que toda reação do chassi se baseia nessa posição e todos os cálculos dependem dessa informação.

4 comentários:

  1. Fala Pedrao! É o Ives. Show! No assunto das resultantes de força no eixo de tração, é fácil reparar em alguns modelos como Gol (até g3), Corcel dentre outros, as montadoras não seguiram as regras para uma melhor tração, uma vez que sendo tração dianteira, esses modelos erguem muito a frente durante as acelerações, dando aquele efeito "climbing pinion" no eixo motriz, prejudicando a tração.

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  2. Cara,já tinha perdido as esperanças de descobrir novas atualizações sobre seu projeto,até agora não vi nada igual, quando terminar tenta se inscrever no Project Cars do site Flatout, com certeza irá ter muitos votos.

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  3. Cara,já tinha perdido as esperanças de descobrir novas atualizações sobre seu projeto,até agora não vi nada igual, quando terminar tenta se inscrever no Project Cars do site Flatout, com certeza irá ter muitos votos.

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  4. o Chevette, devido a geometria da suspensao, levanta a traseira ao acelerarmos da imobilidade. Sei muito bem porque meu primeiro carro foi um Chevette Hatch SL 1980, motor 1,4 litros, que erguia a traseira e a gente dentro sentia a reacao no banco, era um efeito legal. Outra coisa era o motor muito fraco do Chevette, se voce reduzia para uma segunda, por exemplo, e estivesse a uma velocidade maior o eixo traseiro travava na hora e destravava quando a velocidade caisse mais.

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