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quinta-feira, 21 de agosto de 2014

PORQUE O SACO DE CIMENTO NÃO FUNCIONA (COMO OS PNEUS FUNCIONAM-parte1)

Ah! Essa é clássica: “Tive um Opala, e sabe como é... tinha q colocar um (já chegou a 3) saco de cimento no porta malas pra segurar a traseira dele, senão ia embora”.
Bom, como já comentei no post da suspensão traseira esse fato no caso especifico do Opala acaba colocando a suspensão traseira em uma posição mais baixa, levando ela de volta para a posição para a qual ela foi projetada na Alemanha, corrigindo a geometria quando o carro entra em curva. Mas tirando o caso especifico do Opala e essa peculiaridade, também já ouvi essa mesma lógica com outros carros e com o saco de cimento variando de posição, mas aqui vale uma explicação de como o pneu funciona.
Conforme pode ser visto no gráfico (retirado do livro Race Car Vehicle Dynamics – MUITO bom, recomendo! Comprem! Ou não, vc é que sabe), a força lateral que o pneu é capaz de gerar depende da força que age em cima dele. Cada linha representa uma força atuando em cima do pneu. Em outras palavras, quanto mais “peso” em cima, mais força de atrito ele tem. Ué! Mas então o saco de cimento deveria funcionar....
Então, não. O grande lance é que (como o próprio gráfico mostra), o ganho não é linear, ou seja a medida que se coloca peso, o ganho em aderência não é proporcional. Por exemplo, se em um primeiro momento tínhamos 500kgf de peso em cima do pneu e ele tinha capacidade de gerar 500kgf de força de atrito, quando passamos esse peso para 600kg por exemplo, a força de atrito vai ser de 580kgf (isso é um exemplo chutado da minha cabeça). O atrito aumentou, mas não acompanhou o peso na mesma proporção.

Isso faz com que o carro atinja uma força G menor, já que antes, força exercida pela massa era de 500kgf, e a aderência, também de 500kgf, ou seja ele suporta 1G de aceleração. Já no 2° caso, a força de atrito é menor que a massa, então ela suporta só uma fração da aceleração, no caso 0,966 G.

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