Ah! Essa é
clássica: “Tive um Opala, e sabe como é... tinha q colocar um (já chegou a 3)
saco de cimento no porta malas pra segurar a traseira dele, senão ia embora”.
Bom, como
já comentei no post da suspensão traseira esse fato no caso especifico do Opala
acaba colocando a suspensão traseira em uma posição mais baixa, levando ela de
volta para a posição para a qual ela foi projetada na Alemanha, corrigindo a
geometria quando o carro entra em curva. Mas tirando o caso especifico do Opala
e essa peculiaridade, também já ouvi essa mesma lógica com outros carros e com
o saco de cimento variando de posição, mas aqui vale uma explicação de como o
pneu funciona.
Conforme
pode ser visto no gráfico (retirado do livro Race Car Vehicle Dynamics – MUITO bom,
recomendo! Comprem! Ou não, vc é que sabe), a força lateral que o pneu é capaz
de gerar depende da força que age em cima dele. Cada linha representa uma força
atuando em cima do pneu. Em outras palavras, quanto mais “peso” em cima, mais
força de atrito ele tem. Ué! Mas então o saco de cimento deveria funcionar....
Então, não.
O grande lance é que (como o próprio gráfico mostra), o ganho não é linear, ou
seja a medida que se coloca peso, o ganho em aderência não é proporcional. Por
exemplo, se em um primeiro momento tínhamos 500kgf de peso em cima do pneu e ele
tinha capacidade de gerar 500kgf de força de atrito, quando passamos esse peso
para 600kg por exemplo, a força de atrito vai ser de 580kgf (isso é um exemplo
chutado da minha cabeça). O atrito aumentou, mas não acompanhou o peso na mesma
proporção.
Isso faz
com que o carro atinja uma força G menor, já que antes, força exercida pela
massa era de 500kgf, e a aderência, também de 500kgf, ou seja ele suporta 1G de
aceleração. Já no 2° caso, a força de atrito é menor que a massa, então ela
suporta só uma fração da aceleração, no caso 0,966 G.
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